Sistema de Tutoria em Cursos a Distância
Iniciamos a segunda disciplina do curso, e além de disciplina nova também se trata de um grupo novo. Isso faz sentir o quanto é dinâmico um curso a distância. O fato requer um novo fórum de apresentação, com intuito de os alunos se conhecerem melhor para daí partirem para as discussões referentes aos temas que são propostos. Mas também mudou a tutoria, e agora estamos sob os cuidados de uma outra tutora.
Há agora uma nova maneira de se trabalhar. Se na primeira disciplina, Fundamentos de EAD, tivemos que exercitar nossa capacidade de resumir ideias, sintetizar conteúdos, nesta disciplina deveremos produzir partes do que será o nosso trabalho final. Um novo desafio a ser vencido. Como dar continuidade ao texto, sem que este fique desconexo quando for concluído? Muito interessante, os desafios é que fazem o aprendizado seguir.
E por conta dos desafios estamos discutindo a questão da motivação, da interatividade, da comunicação em ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Durante as discussões uma colega falou sobre a necessidade de se gostar daquilo que se faz, ou seja, fazer com amor. Fica uma sugestão de vídeo que mostra o que é exercer sua função de tutor com amor; trata-se de um vídeo produzido a partir de um texto de Gabriel Perissé, cujo título é "Professores Apaixonados". O vídeo foi publicado originalmente no Youtube, mas vamos reproduzí-lo abaixo:
O endereço do vídeo é: http://www.youtube.com/watch?v=P2HvaAjOQjs acesso em 19 de outubro de 2010.
Sobre a paixão da profissão, também fica um vídeo de Paulo Freire, sobre a descoberta de um aluno ao escrever na lousa o nome de sua mulher.
O endereço do vídeo é: http://www.youtube.com/watch?v=KOCHMSrmH5w acesso em 19 de outubro de 2010.
Quanto a interatividade na Educação a Distância, além do que é fornecido no Guia de Estudos e sugerido como leitura complementar, fica aqui uma outra sugestão de leitura que é um livro de Cláudia Landim, intitulado Educação a Distância. A referência a esse livro foi encontrada no link http://penta2.ufrgs.br/edu//tecnoeduc/eduinter.htm, cujo conteúdo está reproduzido abaixo, e na integra:
"A INTERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Embora INTERATIVIDADE seja o fenômeno elementar das relações humanas, entre as quais estão as educativas, seus pressupostos não são comumente abordados.
INTERATIVIDADE por si só, nas relações comuns e universais, já é complexa o suficiente para exigir o concurso de fundamentos sociológicos, psicológicos (da educação e social), linguísticos, semióticos, para não falar em fundamentos históricos ou antropológicos. INTERATIVIDADE depende da cultura do grupo.
No caso da Educação à Distância, o problema se agrava, porque o material instrucional é o mesmo que vai ser estudado por muitas pessoas, cada qual limitada, de certo modo, por sua cultura grupal/social. É uma dificuldade a ser enfrentada e, sem dúvida, passível de superação, no caso de se ter o cuidado de estar sempre atento à realidade das diferenças individuais.
Interagir com pessoas que têm diferentes princípios de vida, costumes, habilidades, conhecimentos, precnceitos, limitações, escolaridade e objetivos exige atenção e flexibilidade para localizar e procurar resolver dificuldades, bloqueios, incompreensões, objeções, etc... Não será incomum o surgimento, no processo de troca, de mensagens duplas, paradoxais, falsas, contraditórias ou incompreensíveis.
Como a educação é um processo de comunicação mediatizada, no caso da EAD, o texto, que é uma mensagem, está, automaticamente, sujeito às incidências das dificuldades referidas, exigindo, extamente por isto, maior cuidado na elaboração didática e nos demais passos do processo, a fim de evitar a interferência negativa dos diversos fatores em jogo. A interação, em EAD, não se dá apenas entre o aluno e material instrucional, alunos entre si, alunos e tutor, alunos e instituição de ensino. Dá-se, também, entre os demais elementos que compõem o universo do aluno (história de vida, família, trabalho, classe, outros grupos a que pertença). E é com a conjugação destes fatores que a EAD permitirá a auto-estruturação e a autodireção do aluno --- metas básicas de qualquer curso que se ministre.
Diante da diversidade, é preciso atenção para valorizar as diferenças, estimular idéias, opiniões e atitudes, desenvolver a capacidade de aprender a aprender e de aprender a pensar, assim como levar o aluno a obter o controle consciente do aprendido, retê-lo e saber aplicá-lo noutro contexto. A orientação e a diretividade são fundamentais para que o material instrucional realize o objetivo que deve caracterizá-lo.
Distância não é epenas espaço físico, mas também psicológico, social, lógico, cultural, econômico, filosófico, entre outros. Em função disto, deve-se considerar que:
alunos de EAD são adultos com uma história de vida que inclui conhecimentos, experiências e habilidades. Não são indivíduos passivos. Ao contrário, são críticos, exigentes e conscientes de suas metas --- não obstante as exceções. Não aceitam, como receptores apáticos, um conhecimento "pronto e acabado", sem questionar e sem argumentar;
trazem sua bagagem pessoal de habilidades e experiências, que se traduzem:
nas matrizes de comunicação, produto de sua formação pessoal/familiar, onde a interação se foi marcando, de modo que cada um interpreta, conceitua e assimila o processo relaiconal segundo sua visão pessoal (estereótipos, representações sociais, crenças, hábitos);
nas vinculações à comunidade de que faz parte, lembrando que tal comunidade é composta de subgrupos locais e regionais de diversos tipos, como familiar, profissional, religioso, social;
o diálogo (INTERATIVIDADE), representado pelas mediações pedagógicas que se estabelecem entre os elementos do processo (alunos e material instrucional, alunos e tutor/instituição, alunos entre si), é uma função crítica na aprendizagem. O diálogo depende, portanto, de como, quanto, onde, quando, " o aluno tem acesso às informações para construir seu saber ";
todo o material educativo tem que ser permeado pela ética; no caso da modalidade de EAD, ela se torna o ponto central, pois é preciso que os alunos se sintam respeitados, atendidos, valorizados, bem recebidos e benquistos, não sob o formalismo do trato profissional, mas, em se tratando de educação, principalmente, sob a cordialidade e o repeitoso atendimento que, sem dúvida, há de suscitar neles o comportamento recíproco.;
A interatividade envolve "as mediações que constituem o tratamento dos conteúdos e das formas de expressão e relação comunicativa, que possibilitam a aprendizagem à distância". Nela se destacam os seguintes fenômenos interativos:
as áreas de conhecimento e a prática da aprendizagem por parte do aluno;
a elaboração didática e gráfica (forma e conteúdo) de programas e materiais dos alunos;
os tutores e os alunos e os alunos entre si (círculos de estudo), vinculando ou não por tecnologia diversa (inclusive, interação virtual, via correio eletrônico) a diversos contestos.
Considerando-se que o processo de Educação à Distância se dá entre humanos, é preciso que todos estejam preparados para administrar conflitos, contradições e dilemas em qualquer fase do processo. Minimizar ou ignorar esta realidade é negar o próprio contexto em que se vive, em qualquer setor: familiar, profissional, educacional, social, etc... Tê-los como dados concretos da realidade humana é já estar no caminho de lidar com eles e de resolvê-los.
( Extraído do livro EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, da Professora Claudia Landim )"
O conteúdo acima foi acessado no link indicado em 19 de outubro de 2010.
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